O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, reforçou ontem, em reunião com governadores, a previsão para aprovação e início da vacinação contra a covid-19 no país: entre o fim de fevereiro e início de março.

A fala ocorreu um dia após o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciar uma campanha de imunização com início no dia 25 de janeiro, mesmo sem o envio do pedido de registro da CoronaVac – desenvolvida entre o laboratório chinês Sinovac Biotech e o Instituto Butantan – à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
No encontro, Pazuello deu como exemplo a vacina
da Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca – uma das mais aguardadas no país por conta do investimento federal que garantiu 260 milhões de doses e insumos para fabricação até o fim do ano que vem.
A demora ocorre porque os ensaios da fase 3 da vacina estão sendo refeitos após erro de dosagem na análise preliminar. A expectativa é que o pedido seja feito até o fim deste mês.
“Se isso acontecer, nós só vamos ter registro efetivo da AstraZeneca no final de fevereiro. A Anvisa seguirá dentro dos seus critérios técnicos. Com certeza, ela vai fazer o mais rápido possível”, disse. Outro acordo já fechado prevê mais 42 milhões de doses pelo consórcio Covax Facility.
Apesar de falar do imunizante britânico, Pazuello afirmou que o processo vale “para qualquer vacina”. Os governadores também cobraram a possibilidade da aprovação emergencial dos imunizantes e a definição de um plano de vacinação.
Pfizer/BioNTec
Na mesma reunião, o ministro afirmou que o governo segue em negociação para a compra de 70 milhões de doses da vacina da Pfizer/BioNTec – que começou ontem a ser aplicada no Reino Unido (leia mais na página 5). A previsão é de que 8,5 milhões delas cheguem no Brasil no primeiro semestre.
DORIA PODE ACIONAR STF PARA GARANTIR VACINAÇÃO
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou a interlocutores que pretende acionar o STF (Supremo Tribunal Federal) para iniciar a vacinação contra o coronavírus em 25 de janeiro caso a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não libere o imunizante CoronaVac. A vacina depende da apresentação dos resultados de eficácia, que deve ocorrer até o dia 15 de dezembro. Em pronunciamento após a reunião com governadores, Pazuello afirmou que o planejamento e vacinação competem ao Ministério da Saúde. “Não podemos dividir o Brasil em um momento em que todos nós passamos essas dificuldades”, afirmou. Metro com Estadão Conteúdo